terça-feira, 28 de agosto de 2012

Modernismo

Belle Époque (intensa atividade artística)

No Brasil:

- Manifesto pau-brasil
- Semana de 1922

Posteriormente, Mário de Andrade reconhece que faltou "consciência política" ao movimento. O que era pra ser discutido, não foi. Ele classificou o ato como imaturo e infantil.

- Antropofagia.

Haroldo de Campos, Antônio Cândido e Afrânio Coutinho e seus conceitos de literatura brasileira.

Manifesto da Poesia Pau-Brasil

"Somos tão bons quantos eles"
Pau-Brasil - produto digno de exportação, assim como a poesia.
Preposição de uma nova poética (enxergar o mundo como uma criança, com criatividade poética libertária)
Busca pela dimensão da identidade nacional.
> Cultura popular, de origem africana, sobretudo.
> Língua portuguesa falada pelo povo.
> Assunção dos assuntos polêmicos (varridos pra baixo do tapete), é necessário assumir o passado brasileiro.

Escola/Floresta = violência no processo de colonização / herança cultural aborígene.



Vanguardas Europeias

Artistas a frente de seu tempo, multiplicidade de tendências.

Futurismo - Vida moderna, velocidade, máquina, eletricidade, automóvel.

Expressionismo - Mundo interior, sofrimento humano.
                           EX: Psicologia de um vencido - Augusto dos Anjos

Dadaísmo - Falta de perspectiva, palavras pela sonoridade, importância do grito.

Surrealismo - Sondagem do mundo interior, liberação do inconsciente, sonho.

Simbolismo

Última escola literária do século. Decadentismo.

Nefelibatas - pessoas que andam acima das nuvens.
A cor dos simbolistas - roxo, violeta.
Egóticos.
Também elegem a morte, mas o escapismo nesse sentido é o de libertação.
Plano formal - emprego das maiúsculas.
Corpo e espírito (união)
Cosmos
Objetos sugeridos
Valorização da musicalidade

Parnasianismo

Perfeição. Se assume como ficção. O poeta não admite imperfeição.
Retorna aos valores greco-romanos.
Rimas corretas, métrica perfeita, escolha vocabular.
A produção da poesia era um exercício diário. Fazia, refazia...

Ao mesmo tempo que se aproxima da poesia romântica, também se afasta. No ROM a poesia é fruto de inspiração. Mas o PAR não acreditava nisso. O segredo estava no treino diário das poesias até a perfeição, porém, eles não queriam que o leitor soubesse de todo esse trabalho. Pra todos os efeitos ficavam prontos de primeira.

Os parnasianos eram alheios a realidade. Eles consideravam a arte plea arte. O conteúdo pouco importava, preocupava a forma. Obedecem a preferência pelo soneto.

Recepção e Efeito

Terry Eagleton -> teoria da literatura, uma introdução
"Toda leitura é, na verdade uma reescritura"

1ª tese
Roland Barthes "A morte do autor" (escola de Constance)
Ele vai mostrar que quando o autor produz o texto, ele perde o domínio sobre ele.
A emulação era copiar produções, tentando fazer melhor que o original. Era um elogio ter uma emulação de seu poema, pois era uma honra ao poeta.
(EX: Gregório de Matos)
Valorização do indivíduo - valorização do processo criativo subjetivo. Ganhar dinheiro com a literatura. Aí começaram os plágios, para que ele pudesse ganhar dinheiro, tinha que se destacar como autor.
-> Formalismo Russo, Estruturalismo, Nova Crítica
O autor precisa morrer para que haja o nascimento do leitor.

Século XIX
As significações do texto estão plenamente relacionadoas às orientações de seu autor.
Crítica Biográfica

Século XX
Crítica formalista -> A opinião autoral é desconsiderada no processo de estudo crítico do texto.
                          ->  A análise imanente do texto é proposta.

Roland Barthes -> a morte do autor precisa acontecer para que haja nascimento do leitor (recepção autoral)

2ª tese
O leitor, mesmo sem saber, já possui um pré-conhecimento do que ele vai ler. Solipicismo, isso não existe em literatura. Se você é um ser linguístico, você está dialogando com a sociedade.

3ª tese
Horizonte de expectativa
-Está relacionado às possibilidades de compreensão do texto literário pelo leitor, a partir das formas pelas quais este organiza e apreende as significações textuais.
- A interação entre obra e leitor conecta-se as visões do sujeito, a sua formação, à sua experiência como leitor e à série histórica da qual faz parte, entre outros aspectos.

4ª tese
O estudo das próprias críticas, deixar de lado a história do espírito da época.
Hermenêutica -> relacionada aos processos de interpretação da obra, existe diferença.

5ª tese
Série Literária.

6ª tese
Contemplação diacrônica = a linguística já superou isso. Quando os históricos literários superarão?
Amplo sistema de relações na literatura: estudar no mesmo momento, várias obras de épocas diferentes. É possível?

7ª tese
Pensar a literatura, mas pensar a história da literatura como parte de um contexto histórico de sua produção.
A função da história literária só acontece quando ele transforma sua experiência de leitura para sua prática de vida.

Instinto de nacionalidade

Literatura - Nacional
- Expõe a compreensão da identidade nacional como algo não natural, fabricado.
- Questiona os signos do índio e da natureza como símbolos privilegiados da nação brasileira, e consequentemente, da literatura brasileira.
- Defende uma literatura nacional situada além de lugares comuns estabelecidos pelo Romantismo.

Romantismo

Evasão ou escapismo (muitas vezes pelo suicídio > possibilidade de encontrar sua amada no pós morte)

Morte - Deusa, dama branca

Escapismo pelo suicídio, pela infância e pelo passado histórico.

Suspensão da crença - atos falhos, escapadelas do raciocínio.

A 1ª geração romântica tratou de nacionalidade e/ou indianismo
Nacionalismo = exalta a nação, belezas naturais (com a Independência de 1822, o Brasil precisava se autoafirmar, precisava ter uma cara). A figura do índio é idealizada, são construídos a luz dos cavaleiros medievais (guerreiros e fieis)
Subjetivismo = juízos de valor do eu-lírico estão muito presentes.

Egocêntrico > não sabe enxergar o outro, só enxerga a si. Egótico.

*spleen - traduzido em termos literários por tédio.

2ª geração Ultrarromântica / Byronismo. Mal do século.

3ª geração tratou da poesia social ou condoreira.
Victor Hugo
Epíteto de Castro Alves -> "Poeta dos escravos"

Arcadismo

O objetivo da arcádia lusitana: ir contra o eruditismo.
A antítese também se faz presente, mas não com a mesma oposição temática.
Retomada dos valores greco-romanos, adaptando-se ao século XVIII.

> A satisfação intelectual sobrepõe-se a emoção.
> Assumem de fato a ficção (etimologicamente = fingir)

Diderot e sua enciclopédia
Rosseau e sua ideia do 'bom selvagem'

*Carpe diem - aproveitar o dia
*Fugere urbem - fugir da cidade
*Locus Amoenus - campo
*Aurea mediocritas - equilíbrio
Bucolismo

Antitética - resistência x não-resistência amorosa

História e Crítica literária no Brasil

História Literária: conceito e problematização
História Literária e Estética da Recepção
Conceito de Literatura Brasileira
> conceito
> visão de Afrânio Coutinho, Antônio Cândido e Haroldo de Campos
> formação do cânone literário brasileiro

"Todo texto literário é, na verdade, um intertexto"
Julia Kristiva

"Nenhuma fala é minha"
Bakhtin
> afirma a condição dialógica da linguagem

Cânones: conjunto de obras literárias consideradas, em um certo tempo e espaço, como de alta qualidade.

                                         CÂNONE ------------------- TRADIÇÃO
                                                                        \/
                                                vinculado aos modos de recepção

Horizonte de expectativas

Antônio Cândido: impacto do contexto brasileiro na consideração do texto como literatura nacional. Tradição/Consciência nacional.

Barroco

Século XVIII - Antropocentrismo, contra reforma.

Homem - Fundido, se apaixona pela mulher, por culpa dela.

Versão estoica > aceita tudo
Versão epicurista > pecado

Carpe diem - aproveitar todos os prazeres.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

O espaço crítico

*Anotações feitas durante a aula de Fundamentos teóricos dos estudos literários, do professor Claudius Waddington.

No passado: prestigiado
No presente: "demissão'', vazio.

Crítica de caráter criativo e a Crítica de caráter científico. Esta última é bem mais aceita pela comunidade acadêmica, a de caráter criativo não. Essa liberdade incomoda a instituição acadêmica.
EX: O crítico da corte, o de jornal, eles querem vender, mas eles possuem uma linguagem própria de sua área, seguem uma cartilha.

> Para Epicuro, a verdadeira fruição não está na satisfação pelo excesso, e sim viver bem com aquilo que se possui. É o verdadeiro significado do CARPE DIEM, se aliar a natureza da maneira que ela se oferece. A felicidade se alcança sabendo aproveitar o que o momento dá.<

Correntes da Teoria Literária 
Imanentistas (privilegia a forma): formalismo russo, new criticism, semiologia, estruturalismo.
Contextualistas: Marxismo, teoria crítica, sociologia da literatura.

Um pouco de teoria...

 *Anotações feitas durante a aula de Fundamentos teóricos dos estudos literários, do professor Claudius Waddington.


VEROSSIMILHANÇA

Texto Não Literário: tem relação com a verdade
Texto Literário: não há encontro com a realidade estável. Os seres e acontecimentos são ficcionais.

Importante lembrar que a Literatura não trabalha com verdadeiro ou falso. Há o meio termo, o verossímel (possível, provável).
Os romances Naturalistas são os que mais apresentam essa característica, por ser um texto documental. Já no texto Realista não, pois o narrador trabalha com a análise psicológica.

Verossimilhança > Externa: "mundo real" (representração), agrega valores.
                         > Interna: coerência externa

EX: Rubem Fonseca x JK Rowling

Umberto Eco fala de pacto ficcional.

ESCRITA IMAGINATIVA OU FICÇÃO

Fato x ficção

verdade > histórica
             > artística

Literatura inclui a escrita fatual e exclui muitas obras ficcionais.

LINGUAGEM ARTÍSTICA (DESVIO DA NORMA)

Automatização x Estranhamento

Qualidade de divergência > representação do mundo
                                       > norma linguística
                                       > tradição literária

Norma x Desvio

O contexto mostra-me o que é literário, mas a linguagem em si não.
Há o estranhamento produzido pela literatura.

DISCURSO NÃO PRAGMÁTICO

Linguagem auto-referencial.

NÃO SE PODE DEFINIR OBJETIVAMENTE

Depende do modo como se lê o texto, não existe uma essência da literatura. Há o texto construído para ser lido como literatura versus textos que não o foram.
A literatura pode mostrar-se instável, valor é um termo transitivo.
Temos a escrita valorizada e o escrever bonito (Belles Letres). 

Como conceituar literatura?

*Anotações feitas durante a aula de Fundamentos teóricos dos estudos literários, do professor Claudius Waddington.

Há diferença entre definir e conceituar. Quando definimos algo, restringimos a ideia, a limitamos.

Fenômeno Literário = chama-se atenção de como ela se manifesta (sempre de formas diferentes).

FENÔMENO, [feno] do latim fanae, quer dizer aparecer, manifestar-se.

  • TEXTO
Formato: lay out, diagramação, projeto gráfico.
Forma: Fenotexto, recursos da língua para a elaboração do texto. O trabalho estético com a língua.
  
3 Referentes > O homem
                    > A expressão
                    > A realidade

  • LEITURA 
Modalidade de relação radical do homem com a realidade. Ver além, perscrutar, desconfiar do óbvio.
Há a leitura leiga e a acadêmica.
O sentido literal é um ponto de partida, não o ponto de chegada.

Compreensão do literário > fruição compreensiva/compreensão fruidora
                 \/
Processo dialético
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Ler, analisar, refletir
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Multiplicidade de enfoques
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Diferentes perspectivas teóricas / releituras provocam mudanças de sentido.

Analisar: questiona a organização, a forma, a estrutura do texto
Interpretar: projeta o texto sobre o horizonte da vida e da existência.

                                                             TEXTO
                                                             /\        \/
                                                         CONTEXTO

Todo texto é o resultado de uma leitura, uma elaboração humana, se completa na leitura e supõe o leitor. O escrito elabora e o leitor co-labora. É um trabalho duplo.
Podemos entender literatura como um modo de trabalhar com a linguagem, o escritor pretende que seu texto seja lido como obra literária. É uma modalidade específica de organização textual. No texto literário há o predomínio da função estética e poética junto da função apelativa. É uma forma sui generis de lidar com o real.

sábado, 2 de junho de 2012

Apenas o começo...

  Lembro-me perfeitamente do momento que decidi seguir o caminho das Letras...
  Estava na oitava série, e fiquei de recuperação em literatura logo no primeiro bimestre. Fiquei chateada, mas não quis jogar a toalha, afinal de contas, era o meu primeiro contato com a matéria.
  Não me fiz de rogada. Fui falar com a minha doce professora Aline Bernar, a respeito de aulas extras, um reforço. Ela ficou surpresa e disse que só daria se tivesse um grupo considerável de alunos.
  Mobilizei os amigos e conseguimos. Ficamos uma horinha depois do horário e mergulhei de cabeça no tal ''barroco''.
  Me apaixonei de uma tal maneira, que não me via fazendo outra coisa. Queria passar o resto dos meus dias vivendo literatura.
  E hoje estou aqui, criando mais um espaço dedicado a leitura e a escrita, a troca de experiências, a contribuições de outros apaixonados pelo tema. O que importa é a fruição.

  A casa é sua, ou melhor... é nossa.

  Ah, esqueci de dizer... tirei 10 na recuperação. E essa nota continuou até o fim do Ensino Médio.

  =)